Pesquisar este blog

sábado, 23 de março de 2019

As doze virtudes do bom professor segundo São João Batista de la Salle 1. A Seriedade

As doze virtudes do bom professor de acordo com São João Batista De La Salle

Explanação do Irmão Agatón, Superior Geral, F.S.C.

1785

1- A seriedade

"... tente ser modelo para os crentes pela sua palavra, pela sua conduta, seu amor, sua fé e sua pureza ..." (1 Timóteo 4,12).

A seriedade é uma virtude que ordena todo o porte externo do professor, de acordo com a modéstia, o decoro e a boa ordem.

O professor que possui essa virtude mantém o corpo em uma atitude natural, sem afetação ou timidez; ele não move a cabeça ou a vira levemente para trás e para frente a cada palavra que ele diz; seu olhar é sereno, sem artifício ou severidade; ele não ri quando fala, nem faz contorções impróprias; ele é afável, fala pouco e em tom moderado; evita aspereza, grosseria e altivez em sua língua; Não é selvagem ou descortês para ninguém.

Convencido de que a seriedade, a modéstia e a discrição não são incompatíveis com a bondade e o amor, o professor busca por essa qualidades amáveis a fim de conquistar a simpatia de seus estudantes; porque sabe que assim agindo, eles irão mostrar mais interesse em assistir às suas aulas; eles serão mais dóceis em recebê-las e mais fiéis em colocá-las em prática. No entanto, isso não significa que o professor será  muito expansivo com os alunos nem manterá intimidades e familiaridades com ninguém.

Longe de ser proposto como única objetivo inspirar medo, a sua principal intenção é conquistar a confiança de seus alunos para que não restrinjam a espontaneidade e, graças a ela, observar as sementes da virtude que existem nas crianças para cultivá-las e também aperfeiçoa-las; bem como observar seus vícios e defeitos para corrigi-los o mais rápido possível. Para estes fins, o professor manterá o mais longe de sua prática todos os vestígios de aspereza, altivez, arrogancia, em suma:  tudo o que o faça sê-lo considerado  austero em demasia, mal-humorado, indiferente ou difícil de ser agradado. Evitando o tom de voz ameaçador e rigoroso, o que faz como que seja difícil aos alunos manisfestarem-se como eles são, e levando-os a fugir dos olhos do professor, a fim de esconder o mal que o professor não só poderia afastar-lhes se lhe fosse conhecido, como também privando-os das sementes da virtude que poderiam brotar.

Mas o professor também deve aspirar à consideração e respeito de seus discípulos; porque eles mal ouvirão o que lhes é ensinado por quem eles não gostam. Portanto, ele nunca esquecerá a obrigação de ser sempre um modelo de virtude para eles. Ele mostrará em toda as suas atitudes, ponderação e decoro, que são frutos da maturidade de seu espírito, de sua piedade e sabedoria; mas acima de tudo, ele deve ter cuidado para preservar a tranquilidade, através da sua resiliência e bom humor.

Nunca permita atitudes descuidadas e inconvenientes; jovialidade excessiva, brincadeiras ou piadas de mau gosto, ou o quanto poderia denotar frivolidade.

Apesar do que foi dito, como a seriedade extrema o tornaria ridículo e insuportável, ele deve saber como mantê-lo dentro dos limites apropriados.

Assim, a seriedade bem compreendida estabelece a ordem nas coisas, dá aos professores a elevação real do sentimentos, mantém os alunos dentro dos limites do dever, inspira-os a confiança, a estima e  ao respeito pelo seu professor, preservando-o a não perder suas obrigações nas relações com eles.

Além dos defeitos contrários à seriedade de que falamos, há outros que o professor deve evitar cuidadosamente; tais são as explosões de ira, a violência e os olhares ameaçadores, a impaciência, a aspereza, a infantilidade, o tom de voz imperioso, os insultos ou as palavras falsamente doces e ironicas.

Não seria suficiente para ele se preservar das deficiências acima mencionadas, se ele também não evitar as palhaçadas, as punições que perturbam a ordem, levam ao riso, ofendem o decoro ou podem causar conseqüências desagradáveis; os gestos depreciativos, o rosto sombrio e carrancudo, afetações ridículas de voz, sotaques e barulhos estranhos, tom arrogânte, ar magistral, imperioso e pedante; um exterior muito misterioso, exagerado, presunçoso, irritante; movimentos excessivamente apressados, ombros encolhidos, gestos estranhos, golpes na lousa ou na mesa para assustar e incutir medo nas crianças em idade escolar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

As doze virtudes do bom professor segundo São João Batista de la Salle 1. A Seriedade

As doze virtudes do bom professor de acordo com São João Batista De La Salle Explanação do Irmão Agatón, Superior Geral, F.S.C. 178...