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segunda-feira, 3 de julho de 2017

O texto dissertativo - argumentativo

As pessoas sentem necessidade de comunicar-se umas com as outras por meio do texto escrito. Para isso utilizam diversas especies de textos, são tantos que, pode-se dizer, são inumeráveis: uma carta, um bilhete, um manual, uma receita, um edital,uma propaganda, um artigo,um ensaio,um diário, uma biografia, uma noticia... São muitas, esta é apenas uma pequena parte dos diversos gêneros textuais que surge na memória. O que é um gênero textual? Gênero textual é um texto que as pessoas criaram para se comunicarem e que possui certas características textuais e extra-textuais próprias. Alguém não escreveria uma receita de bolo em forma de poema. Com certeza também usaria nesta mesma receita uma forma verbal própria para textos cuja função é ensinar a fazer algo: o imperativo. Nesse pequeno exemplo você percebeu que os gêneros textuais são textos construídos socialmente. Algo bastante interessante é que os gêneros, como eles surgem das necessidades das pessoas se comunicarem, podem aparecer e desaparecer, o e-mail é um gênero que se tornou popular há pouco mais de 20 anos, por exemplo. Sabendo o que é gênero, passemos para o tópico seguinte.

Tipos textuais são mais limitados quantitativamente,alguns os classificam entre 5 a 9 tipos textuais. O primeiro que iremos analisar será o texto descritivo:

"Fui também recomendado ao Sanches. Achei-o supinamente antipático: cara extensa, olhos rasos, mortos, de um pardo transparente, lábios úmidos, porejando baba, meiguice viscosa de crápula antigo. Primeiro que fosse do coro dos anjos, no meu conceito era a derradeira das criaturas.
“Lá vem ele. E ganjento, pilantra: roupinha de brim amarelo, vincada a ferro; chapéu tombado de banda, lenço e caneta no bolsinho do jaquetão abotoado; relógio de pulso, pegador de monograma na gravata chumbadinha de vermelho."

Vejamos algumas características linguísticas que marcam um texto descritivo. O marca temporal principal é o presente, o grupo de palavras mais empregado é o adjetivo, são vários. O verbo de ligação não ocorre, mas sabemos que ele foi omitido já que o sua ausência não compromete o sentido do texto. O autor usa um verbo transitivo com função predicativa do objeto (achar). Sua caracterização, o narrador descreve as roupas de Sanches e o uso de diminutivos (roupinha) pode ser usado para pode ser usado para desmerecer o objeto retratado.

O texto narrativo também apresenta algumas características.

Os morangos
A vizinha espiou por cima do muro.
— Bom dia, seu Agenor!
— Bom dia.
— Que lindos estão esses morangos, que maravilha!
(...)
— O senhor não colhe, seu Agenor? Estão no ponto.
— Não gosto de morangos.
— Que pena, aqui em casa somos todos loucos por morangos. As crianças, então, nem se diga. Se não colher, vão apodrecer no pé, uma judiação.
— É.
— Se o senhor não se incomodasse eu colhia um pouco, já que o senhor não gosta de morangos.
— Com licença, preciso pegar o ponto na repartição.
— À vontade, seu Agenor, mas... e os morangos?
— Não prestam para comer, têm gosto de terra.
— Pena, tão lindos!
Saiu para a repartição. Voltou à noite. O luar batia em cheio no canteiro de morangos. Acercou-se em silêncio. Estavam bonitos mesmo. De dar água na boca. Pena que não se pudessem comer. Suspirou fundo.
Mariana, tão linda. Linda como uma flor. Mas tão desleixada, tão preguiçosa. Comida malfeita, roupa por lavar, pratos gordurosos. E aquele gênio! Sempre descontente, exigindo tudo o que não lhe podia dar, espezinhando-o diariamente pelo seu magro ordenado.
Fora realmente uma gentil ideia plantar os morangos depois que a enterrara no jardim.
(Giselda Laporta Nicolelis).”

A primeira coisa que percebemos é a presença de diálogos, marcados no texto pelo travessão. Os verbos são apresentados principalmente no tempo passado. Há personagens e entre eles surgem uma questão ou um ponto de controvérsia, que precisará ser resolvido. Há um narrador que conta as ações cronologicamente. A narração, principalmente ao final dos dois últimos parágrafos, são são apresentados no discurso indireto livre, pois narrador e personagens se confundem.

Analisemos o texto expositivo:

De um modo geral, a mensagem da televisão – assim como a do rádio – visa a uma universalidade (atingir todo e qualquer receptor indistintamente) que, mal compreendida, pode levar o veículo a uma relação falsa com o grupo social. A tv é levada a tratar como homogêneos fenômenos característicos de apenas alguns setores da sociedade. A busca de um suposto denominador comum, que renda o máximo de aceitação por parte do público, preside à elaboração da mensagem. O êxito de um programa é aferido pelo índice de audiência: quanto maior o público, maior o sucesso.

O texto expositivo é a explicação ou exposição sobre um tema feita por um especialista. É direcionado a um público que deseja saber ou quer adquirir conhecimento sobre alguma área do conhecimento humano. Os temas são os mais variados possíveis. Para esclarecer um assunto, o texto expositivo pode utilizar características de outros tipos textuais como a descrição e a narração. Geralmente, o tema é aportado em uma sequencia didaticamente exposta, do mais simples ao mais complexo.

O texto dissertativo-argumentativo utilizará os mesmo recursos presentes no texto expositivo para fundamentar o ponto de vista do autor. Um texto dissertativo-argumentativo surgiu da necessidade de se discutir os problemas e conflitos que ocorrem na sociedade e apontar uma solução. Durante a vida escolar é o momento indicado para que os jovens possam expressar sua opinião e também prepará-los para a vida acadêmica.

Para que o nosso texto dissertativo-argumentativo possa convencer nossos leitores, é necessário que o autor atenha-se a algumas dicas. O conhecimento do assunto é essencial. Somente conseguimos convencer alguém se soubermos sobre o que falamos. Nosso conhecimento deve ir além do senso comum. Ele deve estar fundamentado sobre pesquisas, reportagens, livros, revistas etc. Outra dica que deve ser observada é saber utilizar os vocábulos da língua adequadamente. Uma palavra pode expressar ideias diferentes conforme o contexto em que elas ocorrem, por esse motivo, o uso das palavras deve ser bem analisado para não induzir o leitor a erros. O conhecimento da língua, ou seja, as regras que a regem também devem ser consideradas pelo leitor. Finalmente a adequação a proposta: não fugir do tema e saber o que é um texto dissertativo-argumentativo.

Pode ocorrer de nosso leitor não conseguir entender aquilo que queremos comunicar. Isso ocorre porque existe algum tipo de ruído na comunicação. Talvez ocorra um desnível intelectual entre o escritor e o leitor. Caso seja da parte do autor, ele precisa ser o mais didático possível. O leitor não é obrigado a saber o que o autor sabe.

As partes da redação é composta pelo título, a introdução, uma tese, o desenvolvimento e a conclusão. O título, dependendo da organizadora do concurso público ou da prova vestibular poderá não ser obrigatório. A introdução, pode-se dizer, é a parte mais difícil da redação porque é o momento quem que tornamos nossa abstração em algo concreto. Começar uma introdução não é fácil; a busca pela primeira palavra é o momento mais longo durante a construção de um texto. Não comece o seu texto por expressões como "atualmente", "nos dias de hoje" etc. Todas elas são desnecessárias. Comece-a por uma exemplificação, identificando um problema, por uma narrativa histórica que tenha relação com o tema, por uma problematização etc.  A tese poderá ser expressa claramente, na forma de uma proposição, ou diluída pela redação. Uma tese explícita não é comum na imensa maioria das redações, por esse motivo é uma preciosidade encontrá-la. O desenvolvimento pode ser construído por meio dos diversos tipos de argumentação. O autor somente não pode deixar de expressar sua opinião para que o texto seja o mais autoral possível. Algumas redações solicitam uma proposta de intervenção, outras somente uma conclusão tradicional. Caso em sua redação seja solicitada uma proposta de intervenção, procure desenvolvê-la o máximo possível, explicando como aplicá-la, quem irá executá-la, quais os objetivos, o passo a passo para desenvolvê-la etc. Enfim, procure detalhar a proposta de intervenção.

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