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domingo, 31 de dezembro de 2017

Curso de Latim - Parte 10 - O verbo infinitivo latino

O infinitivo latino apresenta três tempos e duas vozes verbais. O infinitivo português, por exemplo, tem apenas um tempo e uma voz verbal: o presente ativo: amar, vender e partir.

Um infinitivo "normal" possui três tempos e duas vozes:

Voz ativa
laudavisse
laudare
Laudaturus esse
haver louvado
louvar
haver de louvar


Voz passiva
laudatus esse
laudari
Laudatum iri
ter sido louvado
ser louvado
ter sido de louvar

Um verbo depoente apresenta somente três tempos e a voz ativa. Um verbo depoente é um verbo que apresenta a forma passiva mas o seu sentido é ativo.

voz ativa

hortatus esse
hortari
hortaturus esse
haver exortado
exortar
haver de exortar

Como o leitor pôde perceber, o futuro do verbo depoente não apresenta a forma hortatum iri. 

O infinitivo latino pode ser empregado:
1) como sujeito de uma oração
2) como objeto de uma oração
3) em orações infinitivas:
     a) acusativo com infinitivo
     b) nominativo com infinitivo
4) em outros tipos de orações.

1) Infinitivo usado como sujeito

Assim como o português, o infinitivo pode ser usado como sujeito possuindo valor de um substantivo:

O mentir é feio = É feio mentir = A mentira é feia.
Mentiri turpe est.

(mentiri é depoente: mentior, mentiris, mentitus sum)
mentitus esse
mentiri
mentiturus esse
haver mentido
mentir
haver de mentir

O infinitivo subjetivo poderá estar acompanhado por um advérbio ou por um substantivo com função objetiva:

Oportet bene arare  = Cumpre arar bem
Amare patriam decorum est = É decoroso amar a pátria.

Apesar de a forma mais usada do infinitivo objetivo ser o presente ativo, o latim admite os outros tempos e vozes para o infinitivo subjetivo:

Laudari a magistro jucudum est = É agradável ter sido louvado pelo professor. 

O infinitivo subjuntivo é usado sintaticamente com verbos impessoais(1) e com predicativo + esse(2):

(1) Decet amare parentes = Convém amar os pais
(2) Lavare manus mos est  = É costume lavar as mãos.

2) Infinitivo objetivo 

O português apresenta comumente a seguinte oração: (1) Julgo que meu amigo fala a verdade. O leitor pode observar que o verbo falar está conjugado, mas em português também é possível dizer: (2) Julgo meu amigo falar a verdade. Essa última construção é a tradução literal e gramaticalmente prescritiva  da oração latina: Puto amicum meum verum dicere, que poderá ser traduzida tanto por (1) como por (2).

A regra consiste:
a) não traduzir o que da oração portuguesa;
b) o sujeito da oração subordinada deverá estar no caso acusativo
c) o verbo da oração subordinada deverá estar no infinitivo (presente, passado ou futuro).

Atenção: os elementos declináveis do infinitivo laudaturus (futuro da voz ativa) e laudatus (presente da voz passiva) devem fazer concordância com o sujeito acusativo:

Puto amici mei verum laudaturi (esse) = Julgo que meus amigos louvarão a verdade.

OBS: O infinitivo futuro passivo é indeclinável.

A fim de evitar ambiguidade; já que o acusativo com infinitivo pode trazer dois acusativos ( um sujeito e outro complemento), o latim pode utilizar a voz passiva para tornar a frase mais clara.

Puto Romanos hostes victuros (esse) que poderá ser traduzida por Julgo que os romanos vencerão os inimigos ou Julgo que os inimigos vencerão os romanos. Para evitar essa ambiguidade, deve-se utilizar o infinitivo futuro (no caso) passivo:

Puto hostes a Romanis victu iri. = Julgo que os inimigos serão vencidos pelos romanos.

Os verbos latinos que admitem essa construção são os que expressam: vontade, intenção, esforço, possibilidade, obrigação, início, fim.

O verbo esse também admite o A.C.I. e deverá estar acompanhado de um predicativo (no nominativo, claro). Aqui, , nos exercício tradução (I) e versão (I), o leitor pode ver exemplos dessa construção.

(ESSA POSTAGEM SERÁ NOVAMENTE ATUALIZADA)

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